Jornal NH

29 de setembro de 2017.

Alceu Feijó

A Suzana Kunz cita em sua mais recente crônica, o seu pai, o saudoso Victor Kunz, o Charuto. Ao ler o nome Charuto, despertou muitas lembranças de atos e gestos que este ilustre cidadão de Hamburgo Velho suscitou. Pois ele, lá pelos anos 1950, presidiu o Esperança, clube em que jogava, tirava foto e, por iniciativa do Charuto, mandava para a Folha da tarde. Até que apareceu o Vinícius e credenciou a minha função.

Jogava no Esperança, fazia gols contra e noticiava. Com o trem já andando, o Charuto perguntou se eu não gostaria de ser do Rotary Clube. Respondi por educação e respeito, e ele, dias depois, me avisou que eu já era do Rotary. Na época, também já era vendedor de calçados. Viajava em companhia do Pedro Adams, substituindo o Lauro Diogo de Jesus, funcionário do Senai. Solicitado pelo Lauro, fui vender sapatos em seu lugar.

Em determinado momento, o Charuto perguntou se eu não queria representar uma fábrica de três Coroas (sempre o Charuto). Aceitei e, como tinha uma agência de publicidade em parceria com o Pedrinho, bolamos uma marca e um título que rivalizava com o famoso Randack. Criamos o Everschoe em troca da antiga marca Paisagem Gaúcha. O dono da fábrica de Três Coroas era o Sr. Blumm, que ficou muito satisfeito com o sucesso da nova marca.

Mas o Charuto e o Paulo Wolf mobilizaram os políticos no governo do Miguel Schmitz para criar a Galeria Scheffel. O Charuto era demais na sociedade, na política e na família. Quando a sua filha Suzana completou 15 anos, quem o Charuto convidou para fotografar a festa? Eu! 

Está explicado por que a crônica da Suzana despertou em mim, ao destacar o nome do seu pai Victor Hugo Kunz. Para mim, o eterno Charuto.