Jornal NH

08 de novembro de 2019

Alceu Feijó

A crônica do Aurélio Decker da última segunda feira me fez lembrar dos tempos de Novo Hamburgo nos anos da revolução militar. Alguns cidadãos chegaram a ser presos por suas convicções políticas. Além disto, o clima policial na cidade era assustador. Não tão assustador como relatado pelo Lelo, mas mesmo assim assustador. Na época, o presidente da entidade comercial era o Pit Lindenmeyer, dono da Ruval Modas, que juntamente com o delegado Edy Pinto criou um tipo de segurança diferente.

Eles dotaram a cidade de um policiamento para cada quarteirão. Os elementos eram fardados de brigadianos e cada um tinha um revólver e um apito (igual aos de futebol). Sua função era sinalizar com um apito sempre que em sua área de atuação houvesse qualquer irregularidade ou insegurança. O som ecoava longe, no silêncio da cidade recolhida em seu descanso, alertando os companheiros e o povo.

A iniciativa, de certa maneira, tranquilizou os comerciantes e a própria população, que via em seus quarteirões a presença da polícia. Por algum tempo reinou a paz e a tranquilidade junto às pessoas, que realmente estavam preocupadas com os assaltos.

Mas era tempo dos militares. Em Novo Hamburgo, um tenente, que representava a situação reinante no País e que viu naquele movimento de 100 policiais armados com revólver e apito, uma grande ameaça ao sistema militar existente, com um tipo de comando em que não podia haver concorrentes armados. Recolheu as armas usando seu poder militar. Alegou publicamente que uma entidade armada com 100 revólveres poderia representar perigo às Forças Armadas.

Lelo, imagina se naquele tempo os meliantes usassem metralhadoras.