Jornal NH- 1970

Alceu Feijó

 Há quinze dias no país do Cantinflas, decidi que já estava na hora de retornar ao convívio dos meus amigos leitores do “NH”, se é que os tenho em número suficiente para justificar o meu retorno a este filão da quarta página.

Partindo do pressuposto acima, quero iniciar a volta ao trabalho, contando rapidamente o que tenho observado neste país de milagres, onde o trabalho do homem é mais do que nunca merecedor de uma estátua em cada esquina, onde o difícil é quase impossível, mas mesmo assim realizável.

A capital mexicana, onde tivemos os primeiros contatos com êste povo, é algo digno de ser visitado. Podemos afirmar, que é a mais bela capital do mundo (das que conhecemos naturalmente). Possui algo que cidade alguma no mundo inteiro possui, ou seja, enormes parques.

Êstes são bem cuidados e bastante frequentados, onde a vegetação e o ajardinamento é qualquer coisa de abismar. A relva verdinha onde os mexicanos sentam e deitam, é como verdes tapetes estendidos justamente para este fim. 

As enormes avenidas que cortam a cidade em todas as direções, evitando congestionamentos de trânsito, é outra prova da evolução e progresso. Por estas vias deslisam milhares e milhares de automóveis americanos (principalmente) dos mais modernos e vistosos, onde predomina, sem dúvida, o Mustang.

Túneis e viadutos com quatro, seis ou mais pistas, evitam os grandes cruzamentos.

A arquitetura é notada nos grandes e modernos prédios que estão sendo construídos. E o bom gôsto é observado mesmo nos prédios mais antigos, alguns restaurados, outros conservados com os detalhes de origem, mas todos apresentando alguma coisa de bom gôsto.

É, sem dúvida, a mais bela e mais organizada capital da América Central. São Paulo, Buenos Aires e Rio de Janeiro, principalmente as duas primeiras, deixam a desejar diante de México City. Rio de Janeiro ainda se salva por suas belezas naturais, pois do contrário, estaria entre as demais.