JORNAL NH 

10.01.2020

Alceu Feijó

Toda semana, era uma briga danada com o João Avila, que não tolerava escritas com mais ou menos tantos caracteres. Todo mundo sabe que escrever é completar uma ideia, um assunto, coisa do dia a dia. Cabe ao colunista raciocinar até tal ponto. Nem mais nem menos. Agora, a partir desta sexta feira (hoje) o João comunicou verbalmente para a Tuti e pessoalmente para mim, que o total de “caracteres” deverá ser de 2.300 a 2.500. Foi um aumento inesperado para quem estava há tantos anos escrevendo sempre um total de 1.700 caracteres.

Comecei a escrever crônicas para o NH em 1960, isto é, há 60 anos e também para o outro jornal, a Folha da Tarde, onde eu era repórter e fotógrafo, sob o comando do inesquecível Vinícius Bossle, grande mestre do jornalismo do Rio Grande do Sul. Isto é, eu escrevia o quanto fosse necessário para contar as minhas histórias cotidianas, sem preocupação com os tais ‘caracteres”, do jornalismo moderno. A primeira crônica que escrevi   no Jornal NH, ocupou quase uma página inteira com a aprovação do Mário e do seu Paulo, que por sugestão do sr. Roberto Jaeger, do Curtume Jaeger, vieram de São Leopoldo e abriram um novo jornal aqui na cidade.

O resto da história da dupla Gusmão já é bem conhecida. 

De início foram contratando funcionários de formação e outros com vivência de Novo Hamburgo e região, como o FIPS, vendedor de anúncios e cronista. Seu irmão, Hubert Schneider, vendia anúncios para a fábrica do Copé. E mensalmente era cooptado mais um funcionário para o setor jornalístico, como o filho do então Prefeito Plinio Moura.

 O candidato ao posto, foi perguntado pelo Sr. Paulo Gusmão, se ele sabia escrever à máquina, e ele respondeu que seu pai tinha uma máquina portátil que poderia usar. Por trás de tudo isso e muito mais, tinha o Vinícius Bossle, diretor da Sucursal da Folha da Tarde que não resistiu à implantação de um concorrente local que granjeara a simpatia dos leitores. Nasceu aí, uma simbiose entre NH e Caldas Junior. Era Aurélio para lá e para cá, era o Oniran, repórter da Folha e que foi sócio do Grupo Sinos. Era o Demétrio Lima que andava num e noutro com seus textos. Sem esquecer do Laranjinha, o Erno Matte, com suas reportagens esportivas. 

Para o conhecimento geral dos leitores mais novos, nunca existiu no Brasil uma simbiose tão atuante como a do Grupo Sinos com a Caldas Júnior. Os historiadores da cidade e região com menos presença na cidade, nunca entenderam esta   mistura.